segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um final de semana bipolar

Nesse período ausente de registros, pude deparar comigo mesmo em estranhas situações. Entrei na sexta-feira com um humor do cão, achei que ia ter o chamado "treco". Tenho algumas idéias a respeito disso: tédio, estresse, preguiça. Com certeza é muito mais fácil admitir os dois primeiros fatores, logo começaremos por ordem. O tédio. Estou com mais de 30 anos, tive uma juventude extremamente agitada, conturbada seria o termo adequado. Fazem alguns anos que me sinto um cidadão normal, mas longe de ser assim como pessoa. Deixemos de lado todos os valores morais que carregamos e não correspondidos pelo ambiente social. Pago meus impostos, não cometo delitos, compareço aos pleitos, não vou em meio frango de igreja. Com todos esse compromissos, estou em dia como cidadão. Mas sinto um vazio, a falta de aglomeração de mentes afinadas e música alta de qualidade. Cada vez menos identifico meus hinos, melodias e rotações por essas bandas de cá. Nem mesmo entre os viventes de mesma faixa etária. Parei no tempo ou valorizo demasiado a cultura adquirida? Vou ser tendencioso e dizer que o tempo passou arrastando consigo o que de boa música pairava em nossas prateleiras. Quem ainda possui material que o conserve bem, e toque bem alto assim como você recebe aquela som das ruas que desafia a lógica, um som fétido. Foram os dias em que eu cruzava pelas ruas e avistava aquela turma carregando seus vinis, cds, violões e garrafas pet meio a meio. Hoje ando pelas vias e meus olhos e ouvidos são ofendidos de tal forma que prefiro muitas vezes a reclusão. Mas render-se jamais. Recebi o convide do meu irmão para conferirmos a Bienal. Putz, como não tinha pensado nisso antes? Preciso de uma verdadeira manifestação artística, só isso seria capaz de romper essa barreira tediosa e me livrar desses gárgulas do bate-estaca sonoro. Posso agora admitir a preguiça. Em poucos minutos estávamos circulando pelo cais. O bom humor voltava a preencher o vazio. Creio que a preguiça vem da falta do grupo, há muito dissolvido, sinto saudade daquela coisa de homem das cavernas, de sentar em volta do fogo, carregar antigos objetos, sejam fotos, discos, regalos. Pode existir falta de nostalgia? Preciso ser mais nostálgico, me juntar aos nostálgicos, ir a sessão nostalgia, voltar a procurar paisagens que já tinha visto em algum lugar. O estresse...bem foda-se ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escreve aí vai...