domingo, 13 de março de 2011

o tal, o maldito bullying.

Acabei de assistir ao filme "Bullying". Várias memórias surgiram. Não havia um termo objetivo para isso na década de 80 e 90, só se sabia que contar para o professor só piorava. Tive a sorte de não sofrer a agressão física, pois sempre soube me defender. Psicologicamente sofro até hoje. Cometi um erro por muitos anos procurando quem pagaria a conta pela exclusão social que me era imposta e a qual eu me refugiava. Quem paga a conta sou eu. Usei drogas e qualquer tipo de fuga. Sofri anos com a obesidade. Nem preciso entrar em detalhes o que se passou na minha adolescência. No passado, o colégio fazia vistas grossas quando não se via hematomas. Lembrei das inúmeras vezes que fui chamado ao SOE para ser orientado. Vi muita coisa acontecer com colegas também. Agredi pessoas também. Até hoje sinto ódio de meus agressores e até de mim. Acabei me tornando um jovem infeliz, por vezes violento e muito rebelde. Hoje sou um adulto rebelde. Ainda procuro por respostas. Tento encontrar o que perdi em mim. Essa película é revoltante. Sofre até mesmo uma cadelinha. Tive vontade de chorar inúmeras vezes, pela minha experiência. Imagino como estão as escolas de hoje. Tive professores omissos, principalmente os de Educação Física. Tenho 35 anos, hoje não tenho medo de falar a verdade. Sofro querendo ser o atleta que me cobravam quando tinha 16 anos e pesava 100kg. Estou com meu joelho machucado e cada dia que não faço uma atividade aeróbica não me sinto bem, chego a perder a fome, pois o medo do passado voltar é imenso. Tenho o corpo de boa musculatura e ótimo condicionamento, mas ainda não acredito nisso. Sinto que as pessoas ainda enxergam o garoto tímido e obeso. Virei um perfeccionista, um carrasco para mim mesmo. Sorte a minha é que não desenvolvi nenhuma aversão à pessoas que tem o mesmo problema do meu passado, e sim quero ajudar. Só queria saber até quando minha mente vai exigir que eu pague essa conta. 20 anos depois.

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