segunda-feira, 5 de julho de 2010

A mente que brilha numa outra galáxia


Uma reflexão sobre a festa do meu avô e sua situação. Haviam 22 pessoas no evento, sendo que algumas não compareceram. Me avô completou ontem dia 4 de julho seus 87 anos. Está num processo inicial de Alzheimer, a conhecida doença degenerativa mental e consequente demência. Logo, ele nem perceberia por muito tempo quem foi ou quem não foi na sua festa. Talvez o coração continue sentindo. Ele estava cercado de pessoas que na sua maioria o amavam ou no mínimo admiravam, outras sabe-se lá. Mas era notável que ele vivia em um mundo só seu, não estava nem aí para o que estava acontecendo, sua cabeça lhe prega peças mas também não permite que as pessoas o enganem mais. Aliás, sua mente só lhe entrega a verdade. Uma verdade que ele não percebe muitas vezes, assim eu espero, pois talvez ele se tornaria um velho muito triste devido a percepções. Nesse seu mundo particular que invadimos sem pedir licença, espero que ele esteja encontrando paz, pois aqui fora a coisa não está boa. Um homem nessa idade merece uma festa, se ele quisesse isso. Talvez ele queira, mas como saber, se é de fácil condução no seu estado. Odeio circos e festas armados para pessoas que não vão fazer cara feia, ou sorrir se tiverem vontade. Odeio sentir pena. Sorte do meu avô que ele não pode mais puxar a cortina dos bastidores da vida.

Um comentário:

  1. meu vô também teve. penso que, por ser um estado meio (ok, em certo grau totalmente, mas não parece ser o caso) alheio à realidade, sofre-se menos do que estando 100% são.

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