sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Café com água da chuva

Cá estou na penumbra do meu quarto ouvindo o som da chuva. Sexta-feira com chuva. Pois bem. Quando enjoar dos pingos vou colocar um rock furioso. Quem sabe um Purple, na vibração do bom e velho Ritchie. Agora a tarde coletei água proveniente dos céus para preparar meu café. Quem tomou água da chuva sabe o gosto esquisito que ela tem. Sei lá se vem poluída, não me interessa. Se a expressão "caiu do céu" é bem recebida sempre, tudo bem. Mas merda também cai do céu, trânsito de pássaros e gente também. Fora desse contexto, o sabor do café estava muito agradável. Essa experiência uma tanto "freaky" me recorda a infância quando eu corria pelas ruas no tradicional banho de chuva. Maravilhoso. Saudosismo total. Mais freaky ainda era fazer feijão brotar no algodão. Ou colher algodão da árvore. Arrancar aqueles espinhos letais do tronco, isso era muito legal. Uma árvore que as crianças não podiam trepar. Isso sempre me intrigou. Minha natureza símia contabilizou notáveis aventuras nas árvores. Um retorno ao começo de tudo, se assim realmente aconteceu. Papo para outra hora. Eu nunca quis uma casa na árvore, eu queria era morar na árvore mesmo. Lá tinha a visão privilegiada, a defesa contra ataque terrestre(abacates, frutas de peso em geral), diversão total, perigo, aventura. Cada árvore da infância que tombaram me entristece. De imediato voltam as lembranças dos balanços audazes em seus galhos acolhedores. Coisa de Trogloditae. Árvores, chuvas, macacos, abacates e tudo o mais girando dentro da mente vidrada no café poção. Hoje é dia de chuva, mas não chuva de canivete. Mesmo com minha garganta inflamada não sou de açúcar. Vou para o mundo. Mundo freaky mundo! Em algumas linhas um passeio pela ancestralidade e infância. Só não acho a saída desse trem louco!

Um comentário:

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