segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Virtual lives Virtual lies

Possuo ferramentas de relacionamento como orkut e facebook. Depois de alguns anos de uso posso concluir que existe uma fachada virtual em quase 100% dos perfis. Isso inclui a minha pessoa. É normal que tenhamos perfis onde dispomos apenas momentos felizes e marcantes. Mas creio numa certa dose de exagero por parte de alguns membros. Será que na vida tudo é festa? Onde enterramos os nossos problemas e fantasmas? É óbvio que na vida real. Muitas vezes expresso meus sentimentos negativos, sejam eles de tristeza ou raiva. Como a maioria de nossa espécie adora rotular, sou tachado muitas vezes de pessimista. Não vejo dessa forma por gostar de tratar realidade deixando de lado certos devaneios. Gosto do mundo da fantasia, vivo horas no mundo da lua, mas talvez não aceite essa imposição de felicidade por parte dos outros. É tanta felicidade e celebração que acho que cada foto e mensagem de orkut deveria ter um feriado. Talvez minha exposição de idéias seja a causa de minha solidão virtual, tipo "aqui só tem lugar para gente feliz e psy". Já fiz parte de grupos na juventude, mas sempre eu tinha algo para ser notado diferente. De uns tempos para cá comecei a me preocupar com isso. Já que vivemos num mundo que não respeita o singular, me sinto hostilizado. Como em 2010 ainda existe gente "esquisita"? Talvez porque a manada esteja aumentando com a fartura de alimento virtual e inovações tecnológicas que nem mesmo nossa voracidade humana consegue acompanhar. A manada de humanos se alastra e tenta sufocar as minorias. Sempre foi assim e sempre será. Sempre vai ser humano demais. Antes fosse animal. Animalesco. Sofremos de uma censura social de tamanha hipocrisia. Temo pela minha velhice, não consegui aceitar o fim de muitas coisas que considero sagradas. A morte do disco novo tão esperado. Parece que só eu espero pelo disco novo com entusiasmo. E cada dia tenho menos o que esperar. Os tempos mudam, todos dizem. mas poderia mudar para melhor. Não fazem muitos dias escutei que eu era antisocial. Lembro que fazem uns 4 anos tive papel fundamental na organizão de uma festa de antigos da escola na casa de uma amiga. Faço tudo pelo social, mas quero a velha sociedade juvenil desgovernada, quero lutar pela subcultura, fora desse tendencioso modelo de envelhecer silenciosamente.

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